Plataforma WindFloat Atlantic parte para o destino final ao largo da costa de Viana do Castelo

A viagem vai cobrir a distância entre o anteporto de Ferrol e a localização final a 20 km ao largo da costa de Portugal, antes da fase de comissionamento final do parque eólico flutuante.

O projeto vai acelerar a implementação comercial de tecnologia inovadora que aproveita a abundância dos recursos eólicos em águas profundas, onde a profundidade ou as condições do leito marinho não são adequadas a fundações fixas ao fundo.

O Windplus é um consórcio constituído pela EDP RENOVÁVEIS, ENGIE, REPSOL e PRINCIPLE POWER.

A 22 de agosto de 2019 a primeira plataforma WindFloat Atlantic com a turbina totalmente instalada partiu do Porto de Ferrol em direção ao seu destino final a 20 km ao largo da costa de Viana do Castelo, Portugal, onde chegou após três dias em trânsito. A chegada ao local final, as três estruturas flutuantes, com 30 metros de altura e 50 m de distância entre cada uma das colunas, foram instaladas constituindo assim o primeiro parque eólico flutuante da Europa continental.

A estrutura que partiu do anteporto de Ferrol compreende uma plataforma flutuante e uma turbina eólica, a maior instalada numa superfície com estas características até à data. Nos próximos meses, serão adicionadas mais duas plataformas para completar o parque eólico que, com uma capacidade instalada total de 25 MW, será capaz de produzir eletricidade suficiente para fornecer o equivalente a 60 000 utilizadores por ano.

Acerca do WindFloat Atlantic

O projeto é liderado pelo consórcio Windplus, constituído pela EDP Renováveis (54,4%), Engie (25%), Repsol (19,4%) e Principle Power Inc. (1,2%).

O parque é composto por três turbinas eólicas assentes em plataformas flutuantes ancoradas ao fundo do mar apenas com correntes a 100 metros de profundidade. Inclui ainda tecnologia de ponta que minimiza o impacto ambiental e facilita o acesso a recursos eólicos inexplorados em águas profundas. Esta tecnologia tem vantagens mais vastas que aumentam a sua acessibilidade e a relação custo-eficácia, incluindo a aptidão para montagem em doca seca e reboque sem necessidade de rebocadores especializados, ou as vantagens de não ter de depender de operações offshore complexas associadas à instalação das estruturas tradicionais fixas ao fundo.

O transporte da primeira das três estruturas flutuantes que compõem o parque eólico flutuante em Viana do Castelo é por si só um feito assinalável, uma vez que evita a necessidade de utilização de rebocadores especializados especificamente para este processo. Esta vantagem, juntamente com o processo de amarração simples, torna possível replicar esta iniciativa noutras áreas geográficas e facilita a fase de comissionamento, independentemente das fronteiras geográficas.

O WindFloat também pode acomodar as maiores turbinas eólicas comercialmente disponíveis no mundo com quase 9 MW cada, ajudando a aumentar a produção de energia e a impor reduções significativas nos custos de ciclo de vida.

As plataformas foram construídas em cooperação entre os dois países da Península Ibérica: duas das plataformas foram fabricadas nos estaleiros de Setúbal (Portugal) e a terceira nos estaleiros de Avilés e Ferrol (Espanha). O projeto usa tecnologia WindFloat inovadora que permite que as plataformas eólicas sejam instaladas em águas profundas, inacessíveis até à data, onde os recursos eólicos abundantes podem ser aproveitados.

Esta iniciativa teve o apoio de instituições públicas e privadas, incentivando as empresas que são líderes nos seus respetivos mercados a participar no projeto, com o apoio financeiro do Governo de Portugal, da Comissão Europeia e do Banco Europeu de Investimento.

O projeto WindFloat Atlantic vem na esteira do sucesso do protótipo WindFloat1 que esteve em funcionamento de 2011 a 2016. O protótipo de 2 MW produziu energia ininterruptamente ao longo de cinco anos com sucesso, sobrevivendo completamento ileso a condições climatéricas extremas, incluindo ondas de até 17 metros de altura e ventos de 60 nós.

Os parceiros que possibilitaram este projeto são a Principle Power, a joint venture entre a Navantia/Windar, o Grupo A. Silva Matos, Bourbon, o fornecedor de turbinas eólicas Vestas MHI e o fornecedor de cabos dinâmico, a JDR.